A Norte Energia adota um Sistema de Gestão Ambiental Integrada (SGAI), com base na ABNT NBR ISO 14001:2004, que define procedimentos e indicadores para promover a melhoria contínua das práticas ambientais. O Plano de Gestão Ambiental, previsto no Projeto Básico Ambiental (PBA), integra e monitora os planos e projetos socioambientais do empreendimento, o que inclui a fase de operação da Belo Monte.
Esses programas contaram com a parceria de universidades, cooperativas, associações e pre-feituras, evidenciando o esforço coletivo para a construção de uma cultura ambientalmente responsável na região do Médio Xingu.
Os resultados de 2024 incluíram:
910 DIÁLOGOS DE MEIO AMBIENTE (DMA) COM 9.486 PARTICIPANTES, SOMANDO 219 HORAS DE DIÁLOGOS.
341 TREINAMENTOS DE MEIO AMBIENTE (TMA) COM 4.053 PARTICIPANTES, TOTALIZANDO 182 HORAS DE CAPACITAÇÃO.
6.326 TRABALHADORES ALCANÇADOS NA LINHA A E 7.176 NA LINHA B, POR MEIO DE AÇÕES DIVERSAS.
92 INTERAÇÕES COMUNITÁRIAS, COM 961 PARTICIPANTES.
7 AÇÕES DE FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES AMBIENTAIS, COM 72 PARTICIPANTES.
Fiscalização ambiental e combate ao desmatamento: a Norte Energia mantém 26 mil hectares de Área de Preservação Permanente (APP) ao redor dos reservatórios do Complexo Belo Monte, com faixa média de 500 metros, visando à proteção da qualidade da água e de todo o ecossistema aquático. No âmbito do Plano de Gestão Ambiental e Sociopatrimonial, são realizadas ações de monitoramento e fiscalização para garantir a preservação ambiental nas APPs. O plano também prevê medidas para reduzir conflitos de uso, recuperar áreas degradadas e promover o uso sustentável do território, com base em diálogo contínuo com as comunidades locais e usuários do reservatório. Além disso, a empresa mantém constante articulação com órgãos ambientais e demais agentes reguladores, contribuindo para uma cultura conservacionista na região. Um destaque é a execução do Projeto de Monitoramento das Atividades Garimpeiras no entorno da Volta Grande do rio Xingu, que tem como objetivo auxiliar no controle de atividades ilegais. Até fevereiro de 2024, esteve vigente o Acordo de Cooperação Técnica n. 03/2011 com o Ibama, fortalecendo a fiscalização ambiental e combatendo atividades ilícitas, como desmatamento e exploração ilegal de madeira, tráfico de animais silvestres e pesca predatória. Além disso, informações recebidas por meio dos canais de escuta e denúncias são encaminhadas formalmente aos órgãos competentes (GRI 304-2).
Impactos sobre a biodiversidade: embora a Belo Monte não intercepte diretamente unidades de conservação, sua área de influência abrange importantes territórios protegidos. Na Área de Influência Indireta (AII), destacam-se o Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal (4.033 ha) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Vitória de Souzel (22.957 ha), ambos sob gestão do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio). Também integra essa região a Reserva Extrativista Verde para Sempre, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com 31% de sua área (402.589 ha) inserida na AII. No que se refere às Terras Indígenas (TIs), a Área de Influência Direta (AID) da usina abrange integralmente a TI Paquiçamba e parte da TI Arara da Volta Grande do Xingu (57%). A AII inclui ainda parcelas das TIs Arara, Koatinemo e Trincheira Bacajá, além da área indígena Juruna do km 17 e da reserva Juruna (GRI 304-1).
Ações para conservação da biodiversidade: a nossa Política de Sustentabilidade estabelece a conservação da biodiversidade como diretriz central, respeitando os parâmetros legais e acordos com os órgãos competentes. Em 2024, a companhia ampliou sua atuação na agenda ambiental participando ativamente de fóruns estratégicos, como a CT Bio (Cebds) e o GT de Meio Ambiente da Abrage, além de aderir à iniciativa global Call to Action, da Business for Nature, voltada à reversão da perda da biodiversidade até 2030. Os programas ambientais incluem o monitoramento de espécies vulneráveis e ameaçadas, conforme listas da The International Union for Conservation of Nature (IUCN) e da Portaria MMA n. 148/2022. No Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal, unidade de conservação de proteção integral na área de influência indireta do empreendimento, são desenvolvidas ações de manejo e educação ambiental em parceria com órgãos públicos. Um dos destaques é o Programa de Monitoramento de Fauna, que utiliza tecnologias como câmeras trap, gravadores de ultrassom, microfones unidirecionais e DNA ambiental para a identificação não invasiva de espécies. Com o envolvimento de cerca de 70 profissionais e apoio de comunidades locais, o programa alia conhecimento tradicional e ciência, consolidando a Norte Energia como referência na conservação da biodiversidade amazônica. Em 2024, os resultados ganharam destaque em mais de 30 veículos de comunicação nacionais e regionais. A biodiversidade na área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte é notável. Desde o início dos projetos de monitoramento da fauna, em 2012, foram realizadas mais de 20 campanhas e registradas 825 diferentes espécies, incluindo anfíbios, répteis, aves, mamíferos de médio e grande portes e quirópteros. As ações de monitoramento aliam tecnologia de ponta com o conhecimento tradicional das comunidades locais e o apoio técnico de especialistas de instituições de ensino e pesquisa da região. Os dados gerados são essenciais para a conservação da fauna, especialmente de espécies ameaçadas e daquelas que indicam a qualidade ambiental dos hábitats (GRI 304-2).
A água é o principal insumo das operações da Norte Energia e, por isso, sua conservação é prioridade em todas as etapas da atividade da companhia. Por meio do Plano de Gestão de Recursos Hídricos, são realizados estudos e campanhas contínuas de monitoramento para assegurar a qualidade da água na área de influência da Belo Monte, integrando aspectos ambientais, sociais e hidrodinâmicos do rio Xingu (GRI 303-1).
O uso da água é devidamente autorizado pelos seguintes órgãos competentes: a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), no que diz respeito às águas subterrâneas, e a ANA, referente às águas superficiais e ao descarte de efluentes. A companhia realiza monitoramentos periódicos de qualidade e quantidade de água e efluentes líquidos, e os resultados são apresentados em auditorias e relatórios anuais enviados ao Ibama e à ANA (GRI 303-2).
Durante o ano de 2024, essas ações foram executadas continuamente, avançando com a inclusão de diálogos contínuos com as comunidades ribeirinhas e os povos indígenas, a fim de aprimorar estratégias de mitigação e compensação dos impactos. As iniciativas em andamento no TVR incluem:
O ano de 2024 também foi marcado por condições climáticas adversas em toda a Amazônia, incluindo uma seca severa que resultou em precipitações abaixo da média histórica. Esse cenário impactou diretamente a disponibilidade hídrica na região, levando a ANA a declarar, em setembro de 2024, uma situação crítica de escassez hídrica no rio Xingu e no rio Iriri.
A Norte Energia desenvolve uma gestão de resíduos pautada pela responsabilidade ambiental e pela busca constante por soluções mais sustentáveis. No Complexo Belo Monte, os resíduos perigosos (classe I) e não perigosos (classe II), gerados em atividades administrativas, operacionais e de manutenção, passam por processos de segregação, armazenamento temporário e destinação final ambientalmente adequada, sempre com apoio de empresas licenciadas e emissão dos devidos certificados de destinação final.
O gerenciamento segue diretrizes internas, como a IP-PR-324 e a IT-PR-311, que orientam desde a coleta até o controle dos resíduos. A destinação final é realizada por meio de tecnologias como coprocessamento, incineração, reprocessamento e aterro sanitário, sendo a escolha baseada em critérios técnicos, legais e econômicos. O foco é minimizar os impactos ao meio ambiente e à saúde pública, promovendo a reutilização e a reciclagem sempre que possível (GRI 306-2).
O aumento na geração de resíduos em 2024 é decorrente de manutenções pontuais realizadas nas usinas do Complexo Belo Monte. Entre fevereiro e abril, a manutenção do tanque de chorume da Usina Hidrelétrica Pimental gerou aproximadamente 120 toneladas de resíduos, enquanto a limpeza da caixa separadora de água e óleo da Belo Monte resultou em cerca de 193 toneladas de resíduos, encaminhados para coprocessamento em Belém (PA). Essas ações foram essenciais para a manutenção das estruturas e prevenção de impactos ambientais.
A Usina Hidrelétrica Belo Monte representa um dos maiores empreendimentos de energia limpa do mundo, com papel estratégico na segurança energética do Brasil e na promoção de uma matriz elétrica de baixo carbono. Nossa operação reforça a importância da conservação ambiental e da resposta aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
No eixo da prevenção, a companhia atua na gestão e no monitoramento de emissões de gases de efeito estufa, em busca por inovações que ampliem a eficiência de seus processos.
Participamos ativamente de diferentes espaços de diálogo e construção coletiva, como a Câmara Temática de Clima do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).
Identificamos, em nossa Matriz de Riscos, os fatores críticos relacionados às mudanças climáticas, que podem impactar diretamente a operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Entre os principais fatores de riscos avaliados estão (GRI 201-2):
Impactos na vazão do rio Xingu dissonantes dos previstos em estudos hidrológicos que subsidiaram a geração e a garantia física da Belo Monte;
Esses fatores estão alinhados à estratégia de negócios da Norte Energia e refletem a preocupação da companhia com os efeitos das mudanças do clima (GRI 201-2).
O Complexo Hidrelétrico Belo Monte é composto por seis barragens, 30 diques, um canal de derivação, duas casas de força e um vertedouro (capacidade de escoamento de até 62.000 m³/s), com monitoramento contínuo e rigoroso, garantindo a integridade das estruturas. A Norte Energia mantém atualizados o Plano de Segurança de Barragem (PSB) e o Plano de Ação de Emergência (PAE), com diretrizes específicas para prevenção e mitigação de riscos, incluindo implantação e manutenção de rotas de evacuação, sinalização e sistema de notificação – elementos essenciais para a segurança das comunidades localizadas na Zona de Autossalvamento (EU 21).
Em 2024, a Inspeção de Segurança Regular confirmou que as estruturas mantêm o nível de segurança “Normal”, conforme a Resolução Normativa n. 1.064/2023 da Aneel. A empresa também concluiu um projeto-piloto de automação parcial da instrumentação, modernizando 182 instrumentos e integrando os dados ao Sistema de Gestão de Segurança de Barragens, permitindo leituras em tempo real.
No campo da sustentabilidade, a utilização de robôs automotrizes para o corte de vegetação aumentou a segurança da atividade e reduziu a emissão de poluentes. O Sistema de Notificação de Emergência foi modernizado, com 42 sirenes de alto desempenho e novos canais de comunicação, como a internet, para ampliar a conectividade em regiões sem cobertura de telefonia celular.
A Norte Energia também realizou melhorias nas rotas de evacuação (mais de 52 km), com recuperação de acessos e aprimoramentos do sistema de drenagem. Mais de 2.000 placas de sinalização foram mantidas em 2024 para garantir a funcionalidade. Foram realizados treinamentos teóricos e simulados práticos do PAE, com a participação de mais de 600 pessoas, reforçando a cultura de prevenção com apoio da Defesa Civil estadual (CEDEC) e municipal (COMPDEC) (EU 21).